"ALGUNS PEDAÇOS DE MIM"

quarta-feira, 10 de novembro de 2010

Parando pra pensar...


Qual é o momento mais importante da sua vida ?
     
Esta primeira pergunta é, com certeza, a que menos suscita dúvidas. Mas eu sempre dou alguns segundos antes de respondê-la.

Podemos até tentar fazer um exercício:
Apresento a vocês três bananas: uma podre, outra verde e outra madura. O que representariam essas três bananas ?

Tente pensar nisso, antes de prosseguir a leitura. Espere e pense durante pelo menos um minuto.

Bem, a primeira banana, podre, representa que seu tempo já se foi, ela poderia ser útil se aproveitada algum tempo atrás, hoje já não tem mais serventia.

A banana verde ainda não serve, temos que aguardar o seu tempo para poder saboreá-la.

Já a banana madura está pronta e, descascando-a, reparto-a com você e saboreamos essa doce banana.

Com isto quisemos dizer que o momento mais importante da sua vida é aquele que está maduro, no sentido figurado, aquele que pode ser aproveitado já, nem passou, nem ainda virá: o tempo maduro, o agora, o momento presente!

O presente é uma folha bem fina que separa uma quantidade conhecida de folhas do passado das folhas esperadas do futuro, na qual, cada um de nós, escreve o que somos.

Cabe aqui ainda uma citação de Aristóteles:

"Somos o que repetidamente fazemos. A excelência, portanto, não é um feito, mas um hábito."

Realmente nós só podemos ser o que quer que queremos no presente, no presente é que escrevemos aquilo que somos.

Já o passado é somente recordação daquilo que já se foi, somos saudosistas; esquecemos de nossa vida que está acontecendo no aqui e agora, com os olhos voltados para trás, olhando as bananas podres !

Já a pessoa, que tem seus olhos voltados somente para o futuro, vive procurando algo irreal, algo que não existe ainda, é uma pessoa ansiosa, esquece do seu dia a dia na busca, com os binóculos da sua ansiedade, da realidade inexistente, tentando ver hoje bananas maduras onde somente há bananas verdes.

No presente, e somente nele, é que podemos apagar possíveis manchas do passado, podemos construir, tijolo a tijolo, o futuro. Só no presente, através das nossas ações, podemos escrever o que somos. E somos o que repetidamente fazemos. É essa a imagem que passamos: somos o que fazemos em cada momento presente.

Portanto, o momento mais importante de nossas vidas é o momento presente! Cada momento presente, cada um deles na seqüência que ajudamos a construir.
     
2.     Quem é a pessoa mais importante da sua vida ?
     
As respostas mais comuns à essa pergunta, quando a apresento às pessoas, são: eu, meu filho, meu marido, etc. e tal. Todas essas respostas estão parcialmente certas. Mas esta resposta é a que suscita a maior controvérsia.

'Um mestre estava ouvindo seu discípulo falar que não conseguia entender determinado assunto.

Em resposta ao não entendimento o mestre pediu um chá e solicitou a seu discípulo que o servisse. Este o serviu, mas quando quis entregar a xícara ao mestre, este pediu que enchesse mais a xícara. O discípulo encheu até a borda, mas não foi suficiente, o mestre solicitou que ele continuasse enchendo. O discípulo quis argumentar mas o mestre pediu para que ele continuasse, e o chá foi descendo para o pires, e deste para o chão. E o mestre continuou pedindo para que ele tentasse encher mais a xícara.

O ensinamento é que para uma xícara receber mais conteúdo é necessário que ela não esteja cheia. Caso esteja cheia, é necessário antes esvaziá-la o suficiente para um novo conteúdo."

Friedrich Nietzche disse, em outras palavras, o mesmo:

“O homem não tem ouvidos para aquilo que a experiência não lhe deu acesso.”

Portanto faça uma viagem introspectiva e verifique se sua xícara está cheia para apreender este conteúdo.

A resposta proposta a essa pergunta é: a pessoa mais importante da sua vida é quem está a sua frente!

E quem está na minha frente é meu marido ou esposa, meu filho, meu chefe, o cobrador do ônibus, a caixa do supermercado, nós próprios quando estamos sozinhos.

Frente a esta resposta as pessoas argumentam: mas eu já estou farto de fazer isto e aquilo para minha mulher, marido ou filho; já não agüento mais fazer e não ser correspondida, “e o outro ?”, mas meu chefe só me pede as coisas e nunca me reconhece, etc., etc., etc. ...

Realmente isto parece ser cansativo e realmente o é, e pior, oprime as pessoas no seu dia a dia.

E a nossa proposta está longe de buscar a opressão, muito pelo contrário, como já dissemos, estamos nos propondo a entregar "As Regras da Felicidade".

Vamos então tentar esvaziar um pouco a xícara.

Dentre as várias interpretações que podemos dar à palavra liberdade está a de sermos senhores de nossas ações. Nós fazemos aquilo que queremos e nos responsabilizamos por aquilo que fazemos.

Mas se colocamos nossas ações na dependência do que outras pessoas fazem, pensam ou dizem, seremos meros marionetes enredados nas ações, pensamentos ou dizeres dos outros. Estaremos colocando nossas vidas, o que fazemos, o que pensamos e o que falamos na dependência dos outros - nossos filhos, maridos, esposas, chefes, colegas de trabalho, etc. - fazem, pensam ou dizem. Não somos nós, somos o que eles querem ou provocam.

Há uma frase de um guru meu, Stephen Covey, que diz:

"Entre o estímulo e a resposta há um espaço de tempo. Nesse espaço de tempo reside a liberdade de escolher a nossa resposta. Nessas escolhas residem o nosso crescimento e a nossa felicidade."

Com isto estou querendo dizer que no intervalo de tempo entre os estímulos que o ambiente em que nós estamos imersos e as respostas que damos a cada um desses estímulos, neste curto intervalo de tempo estamos decidindo se seremos felizes ou infelizes, se crescemos ou não, se somos livres ou marionetes, se reagimos ou se somos pró-ativos.
      3.     O que você deve fazer com a pessoa mais importante da sua vida no momento mais importante da sua vida ?
     
A resposta proposta a esta questão é simples e direta:

Torná-la feliz!

Imagine que os egoístas que só enxergam a si próprios, querem tudo só para si, tornam a vida das pessoas que o cercam um inferno e, consequentemente, a sua também. Esse é que eu chamo de “o egoísta burro”!

Mas pode haver um tipo de “egoísmo” inteligente: aquele que leva felicidade a si e ao próximo, cria uma espiral positiva ao seu redor, e o clima em que vive é agradável.

Imagine – um sonho imaginário – no qual todas as pessoas ao redor do mundo estejam praticando isso. Como seria esse mundo? Você gostaria de viver num mundo desses?

Neste momento da exposição a maioria dos rostos das pessoas apresentam sorrisos, uns mais expressivos, outros tênues, algumas pessoas travam!

Este é o momento para a quarta e última pergunta.
     
4.     Quem começa esta mudança ?
     
A reposta que mais apresentada pelos participantes é “nós”!

Eu, particularmente, acredito que falamos nós, para não assumirmos novamente a responsabilidade, queremos que primeiro o outro mude, para ai então, e somente após a mudança do outro, eu mudar !

Mas não há como escapar, a resposta é que EU, e somente EU, posso começar esta mudança.

A espera de que o outro mude primeiro coloca nas mãos dele, o outro, a minha liberdade, demonstra a minha esperança passiva.

Finalizando, gostaria de chamar a atenção mais uma vez ao caráter dinâmico destas Regras Da Felicidade, ela é conquistada em cada momento presente, em cada “hora da verdade”, em cada contato que temos com um semelhante, mesmo que esse semelhante sejamos nós, frente ao espelho, quando estamos conosco.

O verso simples, singelo e profundo.

"Caminante, no hay camino. Se hace el camino al andar"

Do poeta espanhol, Antonio Nobrega, tão bem expressa essa característica de alcançar, perseguir continuamente a liberdade, a felicidade.

E só pode ser assim, sem caminhos pré-definidos, simples, atuando, a cada momento, sobre a vida que se nos apresenta e que, com nossas atitudes e comportamentos, construímos.

Boa caminhada, para todos nós, nesta nossa vida única e naquilo que cada um de nós fazemos com ela !

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