"ALGUNS PEDAÇOS DE MIM"
terça-feira, 5 de outubro de 2010
"O que mais vale: Amor ou paciência ?"
Se tudo é para ontem, se a vida engata uma primeira e sai em disparada, se não há mais tempo para paradas estratégicas, caímos fatalmente no vício de querer que os amores sejam igualmente resolvidos num átomo de segundo.
Temos pressa para ouvir"eu te amo", não vemos a hora de que fiquem estabelecidas as regras de convívio:somos namorados, ficantes, casados, amantes?
Urgência emocional. Uma cilada.
Associamos diversas palavras ao amor: paixão, romance, sexo, adrenalina, palpitação. Esquecemos, no entando, da palavra que viabiliza esse sentimento: paciência.
Amor sem paciência não vinga.
Amor não pode ser mastigado e engolido com emergência, com fome, desesperada. É preciso degustar cada pedacinho do amor, no que ele tem de amargo e de saboroso, no que ele tem de duro e de macio, os nervos do amor, as gorduras do amor, as proteínas do amor, as propriedades todas que ele tem.
É uma refeição que pode durar uma vida.
Mas não. Temos urgência. Queremos a resposta do email ainda hoje, queremos que o telefone toque sem parar, queremos que ele se apaixone assim que souber nosso nome, queremos que ele se renda logo após o primeiro beijo, e não toleramos recusas, e não respeitaremnos dúvidas, e não abriremos espaço na agenda para esperar.
Temos todo o tempo do mundo, dizem uns: Não há tempo a perder, dizem outros: A gente fica perdido no meio deste fogo cruzado atingidos por informações várias, vivências diversas, pobres de nós, que só queremos uma coisa nessa vida, ser amados.
Podemos esperar por todo o resto: Emprego, dinheiro, sucesso, mas não passaremos mais um dia sequer sozinhos; te adoro, dizemos sei lá pra quem, para quem tiver ouvidos e souber responder "eu também", que a gente está mais a fim de acreditar.
Urgência emocional, Pronto socorro do amor...
Atiramos para todos os lados, e somos baleados por qualquer um... E o coração leva um monte de pontos por causa dessa tragédia: PRESSA.
Patrícia Figueiredo
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